domingo, 12 de outubro de 2008

"CHOVE LÁ FORA"


A chuva cai ininterruptamente, fazendo lagos de água, molhando o nosso rosto
Nuvens grotescas dançam no céu cinzento e negro, desenhando figuras imaginárias
Penso em ti, apetecia-me ter-te aqui, junto a mim, olharmos este universo de água
Olho o mar cinzento prateado, de ondas altaneiras, imponente na sua majestade
Em cada onda, em cada rugir, mostra a sua magnificência, o seu porte de rei das águas
Gosto de olhar o mar, falar-lhe do nosso amor, na tormenta que passámos, segredos
Sinto-te chegar, abraças-me, o teu encosto, o teu coração que sinto pulsar junto a mim
Abraças-me mais forte, gosto de saber que és o meu porto de abrigo, és o meu amor
Troveja lá longe, o raio sulca os céus, estremeço, sinto-me forte, estás perto de mim
È lindo o reencontro do mar com as nuvens, como que se beijam, matam saudades
Voltamos ao nosso ninho de amor, solidificamos os nossos laços, a nossa paixão
Conheço os traços do teu rosto, gosto de o tactear com os meus dedos, redesenhá-los
Gosto do gosto dos teus lábios, beijá-los, acariciá-los, senti-los dentro dos meus
Gosto de te amar no silêncio do nosso quarto, nesta quietude outonal, ouvir a chuva
Ouvir o toque dela a bater na nossa janela, saber que lá fora há um mundo à espera
Parou de chover, o dia convida ao amor, à união dos corpos, à loucura de te amar
Amamos intensamente…
“BRASA”

Um comentário:

Mello disse...

A chuva tem um encanto especial!
Sabe muito bem ouvi-la a bater na vidraça. Nos Açores chove muito, sempre vivi em sítios em que a chuva beija a terra. Estar com quem se amam num dia de tempestade é um sonho. Minha querida és uma das eleitas desta vida, encontraste a tua alma gémea.

Beijinhos e tudo de bom,

Graça Mello