quarta-feira, 22 de outubro de 2008

"APETECES-ME"


Oiço a voz rouca do Outono a chamar pelo Inverno, num tom dolente, tom de saudade
Baixinho para não interromper teu pensamento, digo ao Outono para ficar connosco
O sol aquece-nos rastejando pela areia semi-ardente, neste fim de tarde outonal
Olho o teu rosto, o sol roubou-te um beijo, o meu sorriso sabe-me a sal, dás-me a mão
Passeamos pelos rochedos mão na mão, a voz do mar faz eco, na praia imensa, deserta
Fim de tarde calmo, Outubro segreda baixinho para não acordar as gaivotas lânguidas
Dormem e sonham deixando que o sol morno deste fim de tarde as aqueça e acaricie
Respiro este ar puro de mar salgado, a espuma das ondas lambe-nos os pés descalços
Sentamo-nos no areal, contemplamos este sol prestes a desaparecer, belo pôr-do-sol
Abraças-me, só tu sabes, o teu toque, é como uma balada de amor, és como um poema
O amor é belo, o sol dourado que já se pôs, os poemas que me saem do peito, são flores
Quero fazer da minha vida o nosso jardim de sonho, como se fosse uma aguarela
Amor feito de saudade, mas também de desespero, vai florir neste Outono quente
Sinto o teu calor, o teu corpo junto ao meu, trago em mim o teu gosto, o teu beijo
O teu amor amanhece neste entardecer quente e lento, loucuras…Apeteces-me
Há em ti um grito rouco de paixão, não consigo deixar de te amar cada vez mais
Anoitece, contamos lado a lado os nossos passos no silêncio da noite aluarada
O marulhar das ondas acompanha o amor que nos apetece na volta ao nosso ninho
Sinto o teu amor ondear dentro do meu peito…
Tudo por causa do amor…

“BRASA”

Um comentário:

Mello disse...

Olá amiga!

Ainda não sei o teu nome, minha brasa!

Adorei o teu poema e sobretudo este verso: "Oiço a voz rouca do Outono a chamar pelo Inverno, num tom dolente, tom de saudade".

Este verso diz tanta coisa, mesmo tanta...é tão profundo!
Aqui, nos Açores, também já se sente a estação do musgo.
Beijinhos amiga,

Graça Mello