domingo, 26 de outubro de 2008

"TÃO LONGE"


Estava tão longe, vivia à minha procura, do meu eu, não me conseguia encontrar
Acabei por me encontrar quando te encontrei, numa curva da lua, ensinaste-me a amar
Estavas presente nos meus infímos desejos, na cor dos meus anseios, na minha paixão
Tanta solidão, mas naquele entardecer apareceste e quebraste a minha amarga saudade
O vento trouxe-te para mim, escondida atrás do pôr-do-sol fazia poemas, rimas de amor
Vi-te! Os meus olhos reluziram como a noite quando ama, imagens, sons, cores, sabores
Voltei a amar! O teu sorriso melodioso beija o meu, beijas a minha saudade já doce
Deixas em mim o teu perfume, como uma flor desnudada pétala a pétala… Ternuras
Sinto o calor do teu amor, em cada pensamento meu, em cada abraço, em cada beijo
Minhas mãos ávidas procuram as tuas, meus sonhos procuram viver dentro dos teus
Os meus olhos, a minha boca, beijam-te sem canseira, és o meu amanhecer colorido
Sem timidez, sem mistérios, o vento que te trouxe, varre do meu rosto as lágrimas
Nossos corpos sedentos, desvairados, se procuram, trocando o nada pelo tudo…
Amam-se…

“BRASA”

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

"APETECES-ME"


Oiço a voz rouca do Outono a chamar pelo Inverno, num tom dolente, tom de saudade
Baixinho para não interromper teu pensamento, digo ao Outono para ficar connosco
O sol aquece-nos rastejando pela areia semi-ardente, neste fim de tarde outonal
Olho o teu rosto, o sol roubou-te um beijo, o meu sorriso sabe-me a sal, dás-me a mão
Passeamos pelos rochedos mão na mão, a voz do mar faz eco, na praia imensa, deserta
Fim de tarde calmo, Outubro segreda baixinho para não acordar as gaivotas lânguidas
Dormem e sonham deixando que o sol morno deste fim de tarde as aqueça e acaricie
Respiro este ar puro de mar salgado, a espuma das ondas lambe-nos os pés descalços
Sentamo-nos no areal, contemplamos este sol prestes a desaparecer, belo pôr-do-sol
Abraças-me, só tu sabes, o teu toque, é como uma balada de amor, és como um poema
O amor é belo, o sol dourado que já se pôs, os poemas que me saem do peito, são flores
Quero fazer da minha vida o nosso jardim de sonho, como se fosse uma aguarela
Amor feito de saudade, mas também de desespero, vai florir neste Outono quente
Sinto o teu calor, o teu corpo junto ao meu, trago em mim o teu gosto, o teu beijo
O teu amor amanhece neste entardecer quente e lento, loucuras…Apeteces-me
Há em ti um grito rouco de paixão, não consigo deixar de te amar cada vez mais
Anoitece, contamos lado a lado os nossos passos no silêncio da noite aluarada
O marulhar das ondas acompanha o amor que nos apetece na volta ao nosso ninho
Sinto o teu amor ondear dentro do meu peito…
Tudo por causa do amor…

“BRASA”

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

"ESTRELA CADENTE"


Queria contigo vaguear na noite estrelada, como duas estrelas cadentes
Voar pelo universo como dois pássaros, livres de amarras, sobrevoar o mundo
Não ter horas de partida, não ter horas de chegada, sem rumo, sem destino
Ter liberdade de escolher o que queremos e quem queremos, ir ao sabor do vento
Não ter grilhetas, ser livre como o pensamento, agarrar o vento pela cauda
Quantas vezes me procuro no luar, quantas vezes me interrogo quem sou eu?
O olhar da lua fascina-me, a escuridão da noite embriaga-me, o mar encanta-me
Parece que estou a sair de um sonho, onde tu e eu navegamos numa estrela
Quantas vezes te amei ao luar, o teu toque, o teu beijo, o teu abraço de saudade
Quantas vezes te procurei na imensidão do universo, olhando aqueles pontos brilhantes
De repente um olhar brilhou, era o teu, encontrámo-nos, para jamais nos deixarmos
Como um encantamento, as estrelas sorriram, cantam baixinho para eu adormecer
Choro de saudade, o vento que viaja na noite seca as minhas lágrimas, sonho contigo
Sinto o gosto do teu gosto, tocas-me levemente, deixas-me nua de sentimentos, só
Pergunto ás estrelas do mar…Será que voltas?

“BRASA

domingo, 19 de outubro de 2008

"MAR QUE AMO"


Mar que encontro, mar que perco, mar que amo
Mar calmo, mar tenebroso, cheira a poetas e maresia
Mar volúvel, mar apaixonado, minha alma alucinada
Mar prisioneiro da areia, mar mágico que dá e tira
Mar do dia, mar da noite, mar cúmplice dos amantes
Mar dos vendavais, mar dos ventos, mar dos meus sonhos
Mar dos meus olhos, como quimeras feitas de cetim
Mar de loucura, mar de amor, mar confidente e amigo
Mar que escalda, mar que arrefece, mar que estremece
Mar cor de esmeralda, mar prateado, pintando o fundo
Mar onde gaivotas matam a fome, pescadores buscam o pão
Mar onde afogo as minhas mágoas, onde guardo as lágrimas
Mar que é meu companheiro, mar que guarda os meus segredos
Mar onde deixei a minha saudade…
Mar que encontro, mar que perco, mar que amo…

“BRASA”

ÉS A MINHA FLOR SILVESTRE"


Gosto do teu cheiro de flor silvestre, sorris e o sol acorda, os pássaros cantam
O teu cheiro inebria-me, é como se dançássemos numa tarde longa de verão
O teu cheiro faz-me sonhar, és como uma música suave e doce, deliciosa
O teu cheiro é como um arco-íris de cores mirabolantes, que me ilumina
O teu cheiro dá vontade de te cobrir de beijos, de te abraçar contra o peito
O teu cheiro faz lembrar o mar prateado, o céu azul, como se fosses um anjo
O teu cheiro faz lembrar uma manhã primaveril, as flores abrindo para o amor
O teu cheiro, cheira a estrelas perfumadas, és alegria, carinho, ternura, amor
O teu cheiro diz que afinal o amor é possível, que és o sol da minha vida
O teu cheiro, o teu toque suave, as tuas mãozinhas adoráveis, esses olhos azuis
O teu cheiro dá alegria ao coração, és como um brinquedo que não apetece largar
Mudaste a minha maneira de ver a vida, ensinaste-me tanta coisa, a amar melhor
És o sol da minha vida, és a minha outra paixão, és alguém a quem amo…
És o meu netinho Simão…

“BRASA”

terça-feira, 14 de outubro de 2008

"O TEU OLHAR"


O dia nasce com o teu olhar no meu, o teu sorriso no meu sorriso, acaricio o teu rosto
Desfolho o teu sorriso com um toque de silêncio dos nossos olhares cúmplices, amor
Olho os teus olhos, e sinto a poesia nascer nos meus lábios, versos belos no meu leito
O dia é nosso, o amor é nosso, a vida é nossa, vamos sonhar juntos os nossos sonhos
O tempo ameno, o nosso desejo, a paixão que nos une, és melodia, és a minha ternura
Perco-me nos teus prazeres, bebo o teu beijo, deleito-me no teu corpo, toco-te a alma
A tua voz acaricia-me, o teu prazer consome-me, deito-me na cama das tuas mãos
Deixo que a vida aconteça, deixo que o amor siga o seu curso, o mundo existe lá fora
Fecho os olhos, sinto-te em mim, conheço o teu cheiro, conheço o gosto da tua pele
Descanso no jardim de sonho dos teus braços, deito-me no colo da esperança, quero-te
Perdi-me de mim, achei-me em ti, era um pássaro cativo, de repente ganhei asas e voei
Pedi ao tempo, tempo para te amar, o tempo deu-me todo o tempo do mundo para nós
Planto beijos na tua boca, deixo que a saudade saboreie o tempo que perdi à tua espera
Amo-te no silêncio deste amanhecer…

“BRASA”

domingo, 12 de outubro de 2008

"CHOVE LÁ FORA"


A chuva cai ininterruptamente, fazendo lagos de água, molhando o nosso rosto
Nuvens grotescas dançam no céu cinzento e negro, desenhando figuras imaginárias
Penso em ti, apetecia-me ter-te aqui, junto a mim, olharmos este universo de água
Olho o mar cinzento prateado, de ondas altaneiras, imponente na sua majestade
Em cada onda, em cada rugir, mostra a sua magnificência, o seu porte de rei das águas
Gosto de olhar o mar, falar-lhe do nosso amor, na tormenta que passámos, segredos
Sinto-te chegar, abraças-me, o teu encosto, o teu coração que sinto pulsar junto a mim
Abraças-me mais forte, gosto de saber que és o meu porto de abrigo, és o meu amor
Troveja lá longe, o raio sulca os céus, estremeço, sinto-me forte, estás perto de mim
È lindo o reencontro do mar com as nuvens, como que se beijam, matam saudades
Voltamos ao nosso ninho de amor, solidificamos os nossos laços, a nossa paixão
Conheço os traços do teu rosto, gosto de o tactear com os meus dedos, redesenhá-los
Gosto do gosto dos teus lábios, beijá-los, acariciá-los, senti-los dentro dos meus
Gosto de te amar no silêncio do nosso quarto, nesta quietude outonal, ouvir a chuva
Ouvir o toque dela a bater na nossa janela, saber que lá fora há um mundo à espera
Parou de chover, o dia convida ao amor, à união dos corpos, à loucura de te amar
Amamos intensamente…
“BRASA”

sábado, 11 de outubro de 2008

"AMOR SEM LIMITES"


Agora entendo bem o que se sente quando a saudade começa a latejar cá dentro
Agora entendo o que é amar ao sabor do vento, sentir o beijo da lua, o afago do sol
Agora entendo como é não sentir a vida vazia de ternura, não sentir o frio do tempo
Agora entendo como dói contar as horas lentamente, como se o tempo tivesse parado
Agora entendo quando o amor goteja como uma torneira, madrugada após madrugada
Agora entendo o sentido das palavras perdidas por aí, o sentir o silêncio da vida
Agora entendo a sofreguidão, a fome de beijos, o vazio que surge quando te vais
Agora entendo o amanhã que poderia ser hoje, o amor, a entrega, o sonho da verdade
Agora entendo porque algumas janelas persistem em não abrir, dizem não ao amor
Agora entendo a cor da saudade, a chama que não se apaga, o amor que vai perdurar
Agora entendo o amor semeado, o amor regado, o sabor agridoce da tua voz mágica
Agora entendo a dor que passou, o amor que floriu, a doce sensação de ser amada
Agora entendo o gosto do beijo, o toque dos corpos, a entrega, o amor consumado
Agora entendo…Este amor sem limites…

“BRASA”

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

"VENTOS DE SAUDADE"


O vento de Outono agita a minha saudade, porque o hoje já foi, o amanhã será
Docemente afago os meus pensamentos, enxugo as lágrimas da minha alma
Sento-me no sol da tarde que esvoaça, abraço o teu corpo quente, toco o teu olhar
Faço-te um poema, ouço a nossa música, os meus dedos percorrem o teu rosto
Deixo que o ondular das ondas embale o nosso amor, descubra os nossos segredos
Mergulho neste mar de amor, dançamos loucamente enrolados nesta areia quente
Soltamos a nossa paixão, beijamo-nos sofregamente, o vento leva a minha saudade
Gaivotas gritam na tarde quente, cúmplices do amor que rasga a esperança do amanhã
As nossas mãos unidas amam-se, tocam-se, exploram-se, os corpos completam-se
Saboreio o sal da tua boca gota a gota, beijo o sol do teu olhar, sinto o teu mistério
O mar acaricia-nos os pés descalços, a areia envolve-nos, amamos com loucura
A saudade que sentia já se foi com o vai vem das ondas do mar, com a tua magia
Saudades são nuvens que se escondem atrás de cada lágrima derramada por amor
Amar é ter sempre o sol do teu amor a aquecer a minha alma, ter-te na minha vida
Não quero sentir mais o amargo sabor da saudade…
"BRASA"


"BRASA"